sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O que vejo pela janela...


O que vejo pela janela
Anderson Pereira

Dirijo meu carro, tenho cuidado.
Tristeza profunda, coração apertado.
Crianças na rua, esmola a pedir.
Ricos voando estão a sorrir.
Paro adiante. Vejo na escola
Bandido atirando, drogado com cola.
Os alunos a chorar, nao querem morrer.
Inevitável. Doze mortes vou ver.
Resolvo continuar, seguir meu caminho
Olho à janela, um Brasil sem carinho.
Vou até o Rio, morro do Alemão.
Não consigo chegar, medo no coração.
Traficantes de droga estão lá escondidos
Abandonando seus lares, o povo corre perigo.
Por onde passo, violência só vejo.
Futuro com paz, é isso que eu desejo.
Não só eu, mas aquelas crianças
Que moram no esgoto, sem esperança.
No Nordeste eu vou, que decepção:
Cadê a assistência pra esse povão?
O povo na seca morrendo de fome.
A mulher só reclama: "Vai trabaiar, home."
Resolvo partir, vou me mudar.
Aqui no Brasil, não aguento ficar.
Eu volto somente quando aqui eu ver
A paz a reinar e o Brasil a crescer.
Só assim vou cantar, forte e viril.
"Dos filho deste dolo és mãe gentil, pátria amada Brasil!".

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